A cidade digital de Aveiro, pioneira no país, terá de transformar-se em ciber-região, para respeitar a nova filosofia de apoios do Programa Operacional para a Sociedade de Informação (POSI), disse hoje fonte do organismo.
De acordo com Graça Moreira, do POSI, a lógica de apoios passa a ser inter-municipal, na perspectiva de rentabilizar os meios financeiros reservados para o efeito e de melhorar globalmente a ciber-relação entre a administração pública e o cidadão.
"Sendo certo que todos estão interessados em aderir à sociedade de informação, faz sentido exigir parcerias mais amplas", disse Graça Moreira.
A nova filosofia do POSI foi já adoptada no Norte do distrito de Aveiro, onde câmaras municipais e institutos tecnológicos arquitectaram recentemente um projecto supra - municipal para a criação da Região Digital de Entre-Douro e Vouga.
Quer o presidente da Câmara, Alberto Souto de Miranda, quer o representante da Universidade no consórcio, José Rafael, disseram à Lusa que o alargamento do projecto é possível, mas não o limitam a autarquias vizinhas, adiantando o desejo de encontrar também novos parceiros nas empresas e nos centros de investigação.
Souto de Miranda sublinhou, entretanto, que a reorientação dos apoios do POSI já custou 10 meses de atrasos nos financiamentos no valor global de 17,5 milhões de euros (3,5 milhões de contos).
Outras preocupações relativas à "montra digital" de Aveiro prendem-se com a motivação dos munícipes para usarem mais esse recurso, um dos temas a debater terça-feira na Universidade da cidade, no âmbito do II Colóquio Internacional Redes e Cidades.
"Não basta ter uma cidade digital em pleno funcionamento e com acesso generalizado. É preciso um trabalho de alfabetização digital e no sentido da motivação", disse Marcus Palácios, um especialista brasileiro que participará nos trabalhos.
FONTE: JGJ Lusa/fim