O presidente da Administração de Saúde do Centro esteve em Aveiro no âmbito do programa Aveiro Cidade Digital, que dedica esta semana ao tema «Saúde e Tecnologias da Informação e Comunicação» José Cabeças, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, disse ontem em Aveiro que a actual geração de médicos «ainda pertence ao grupo de info-excluídos» e sugeriu às faculdades de medicina que introduzam nos seus «sistemas de aprendizagem» as ferramentas informáticas de base para que os futuros clínicos não sintam as mesmas dificuldades. Entretanto, como forma de corrigir as deficiências, foram ministrados cursos de formação na Universidade de Aveiro (UA) que abrangeram um total de duas centenas de médicos e funcionários do Hospital e dos vários centros de saúde do concelho, revelou Cabeças. Este impulso na direcção da «modernização dos cuidados de saúde» surge integrado no projecto Saúdenet, do programa Aveiro Cidade Digital, que representa, segundo Cabeças, a «entrada numa nova era», em que se recorra às novas ferramentas da sociedade da informação. O SaúdeNet - que tem como parceiros, para além do Hospital D. Pedro, a Sub-Região de Saúde de Aveiro, a UA, a PT Inovação e o Instituto de Gestão Financeira e Informática do Ministério da Saúde - visa estabelecer uma infra-estrutura de comunicação entre os prestadores de cuidados de saúde de Aveiro e os utentes, o que deverá ser conseguido com a instalação de meios tecnológicos como forma indirecta de acréscimo de qualidade na prestação dos serviços. Além disso, o projecto prevê formas directas de contacto com os cidadãos que se dirijam às unidades de saúde, mediante a disponibilização de monitores que debitarão informações diversas - as salas de espera dos serviços de Urgência ou Pediatria do Hospital de Aveiro são exemplos de locais onde estas ferramentas serão instaladas. Alargar projecto Segundo José Cabeças, os novos meios tecnológicos ao serviço das unidades de saúde deverão permitir que seja a informação a circular e não os utentes, o que representa um passo na «humanização dos cuidados prestados». De resto, o presidente da ARS do Centro lembrou que a sociedade de informação é uma «componente decisiva e fundamental para o futuro do Sistema Nacional de Saúde», pelo que a expansão deste projecto, para já implantado em Aveiro, deverá fazer-se para outros distritos da região Centro. «A experiência de Aveiro é muito importante, e outros distritos têm de conseguir aderir ao projecto», afirmou ontem. O SaúdeNet arrancou há cerca de dois anos, tendo custado 52 mil contos. Para já, todos os centros de saúde de Aveiro-Sul estão equipados com correio electrónico e Internet, estando ainda previsto potenciar a telemedicina. Nesse sentido, o Hospital de Aveiro e o centro de saúde local encontram-se já ligados por um cabo de fibra óptica, estando programada a reactivação deste serviço entre os centros de saúde de Vagos e Albergaria-a-Velha e os Hospitais de Aveiro e Estarreja. A Norte, a telemedicina deverá estar disponível entre o Hospital de Santa Maria da Feira e os centros de saúde de Arouca e Castelo de Paiva, os mais distantes da região
Saúde em destaque até sábado A programação dedicada pelo programa Aveiro Cidade Digital ao tema «Saúde e Tecnologias da Informação e Comunicação» prolonga-se até ao final desta semana. Já hoje será feita uma demonstração do Sistema Informativo de Apoio ao Utente da Urgência, que será repetida na quinta-feira. Amanhã decorre uma outra demonstração, relacionada desta vez à telemedicina, reproduzida na sexta-feira. Para sábado está prevista a conferência «Saúde e Sociedade de Informação - Desafios e Perspectivas», durante a qual será apresentado o projecto SaúdeNet. Na sessão estarão presentes Miguel Covas, do Instituto de Gestão Financeira e Informática do Ministério da Saúde, Miryam Desmet, da Université Libre de Bruxelles, Barry Barber, da Health Data Protection, Sousa Pereira, da UA, e Eduardo Castela, do Hospital Pediátrico de Coimbra.
FONTE: Diário de Aveiro ( ver notícia )