O Instituto para a Gestão Informática e Financeira do Ministério da Saúde vai apoiar a telemedicina, disse ontem em Aveiro Miguel Covas na conferência de encerramento da Semana da Saúde. Combater as carências sentidas no interior do país é um dos objectivos A telemedicina em Portugal ainda se encontra pouco explorada, disse ontem Miguel Covas, do Instituto para a Gestão Informática e Financeira do Ministério da Saúde (IGIF), durante a conferência que encerrou a Semana da Saúde, promovido pelo programa Aveiro Cidade Digital. O IGIF é responsável pela Rede de Informação da Saúde, que começou por identificar as carências no «tipo e fluxo de informação» entre as diversas instituições de saúde em Portugal, concluindo que era necessário criar uma rede informática que conseguisse minimizar «as distâncias geográficas». A instalação do sistema, que se pretendia «abrangente», começou em 1995 com a aquisição do primeiro equipamento que permitiu a ligação entre as delegações do IGIF em Lisboa, Porto e Coimbra. A rede montada, que entretanto foi sendo gradualmente alargada às diferentes Administrações Regionais de Saúde e centros de saúde do país, permite aos serviços e utentes, segundo Miguel Covas, ter acesso a um conjunto de benefícios - entre eles e-mails, recurso à Internet ou transferência de ficheiros -, com total «segurança nos acessos» e «confidencialidade e privacidade de dados». Um dos serviços em que o IGIF pretende apostar (embora não seja da competência directa deste organismo do Estado) é, então, a telemedicina e o telediagnóstico, que trazem algumas vantagens aos serviços médicos, de acordo com Miguel Covas. Uma delas é o acesso «mais fácil e mais rápido» aos serviços de saúde, uma vez que «as competências técnicas ficam melhor distribuídas» por todo o território - actualmente, essas competências estão concentradas sobretudo na faixa litoral, com grandes carências sentidas no interior. Além disso, a telemedicina poderá permitir a redução nos custos dos cuidados prestados, em função, por exemplo, da diminuição no número de transportes de doentes. SaúdeNet em destaque Em Aveiro, a telemedicina deverá sofrer um impulso. Para já, e depois de todos os centros de saúde de Aveiro-Sul terem sido equipados com correio electrónico e Internet, o Hospital de Aveiro e o centro de saúde local encontram-se ligados por um cabo de fibra óptica, estando programada a reactivação deste serviço entre os centros de saúde de Vagos e Albergaria-a-Velha e os Hospitais de Aveiro e Estarreja. A Norte, a telemedicina deverá estar disponível entre o Hospital de Santa Maria da Feira e os centros de saúde de Arouca e Castelo de Paiva, os mais distantes da região. A Semana da Saúde foi dominada pelo projecto SaúdeNet, que arrancou há dois anos e custou derca de 52 mil contos. Esta iniciativa - que surgiu no âmbito do programa Aveiro Cidade Digital e tem como parceiros, para além do Hospital D. Pedro, a Sub-Região de Saúde de Aveiro, a UA, a PT Inovação e o IGIF - visa estabelecer uma infra-estrutura de comunicação entre os prestadores de cuidados de saúde de Aveiro e os utentes, o que deverá ser conseguido com a instalação de meios tecnológicos como forma indirecta de acréscimo de qualidade na prestação dos serviços. Além disso, o projecto prevê formas directas de contacto com os cidadãos que se dirijam às unidades de saúde, mediante a disponibilização de monitores que debitarão informações diversas - as salas de espera dos serviços de Urgência ou Pediatria do Hospital de Aveiro são exemplos de locais onde estas ferramentas foram instaladas.
FONTE: Diário de Aveiro ( ver notícia )