O programa Aveiro-Cidade Digital está a ter um êxito superior a todas as expectativas, havendo, no entanto, aspectos, como o regime de financiamento e o estatuto jurídico, que precisam de ser revistos, disse ontem o presidente da Câmara de Aveiro.
Alberto Souto queixou-se, perante o ministro da Ciência e Tecnologia, que assistiu ao forum de três dias que serviu para fazer o primeiro balanço do programa, de algumas regras que são "mais típicas da era da máquina de escrever".
O presidente da Câmara defendeu o funcionamento do programa noutros moldes e anunciou que proporá ao Governo a adopção de um novo formato jurídico. O autarca afirmou que "Aveiro Digital foi até agora um caso de sucesso, com uma execução dos projectos superior a 90%".
O programa Aveiro-Cidade Digital, liderado por um consórcio que envolve a Câmara, a Universidade e a Portugal Telecom, está no terreno há cerca de dois anos.
Abrange 30 projectos, distribuídos por oito áreas de intervenção - da escola à saúde, passando pela solidariedade social, cultura e lazer - e tem custos estimados em cerca de um milhão e 200 mil de contos. Destes, 700 mil são comparticipados pelo FEDER, cabendo o financiamento dos restantes 40% aos promotores.
"A Cidade Digital não está ainda construída nem esse era o objectivo, mas os alicerces estão lançados de forma consistente», sublinhou o autarca.
Escassez de verbas, falhas ao nível da formação e diferenças de ritmo entre o financiamento e as necessidades dos projectos, um regime jurídico pesado e lento, são as deficiências apontadas por Alberto Souto que defendeu que o programa deve prosseguir «em novos moldes de gestão», menos dependente do voluntarismo.
FONTE: Jornal de Noticias - Por José Carlos Maximino( ver notícia )