Biorede um sítio da Universidade de Aveiro na Web, recebeu o Prémio Nacional de Multimédia de 2001 – um “macadam” de ferro iluminado no interior por uma luz azul -, das mãos de Fernandes Thomaz, o novo Secretário de Estado da Ciência e da Tecnologia e antigo professor daquela Universidade. O cidadedamalta.pt, da Autor, e o CD-ROM “Homem: Noma Kan Djan – Arte em Moçambique”, de Carlos Amaral Nunes, receberam as duas menções honrosas atribuídas. Este último ganhou ainda a categoria de Conteúdos, secundado pelo CD-ROM “Diciopédia 2001”, da Porto Editora, e pelo Automania.clix.pt, da Mind.
Lançado no ano passado pela Associação para a Promoção do Multimédia em Portugal (APMP), o prémio teve 114 candidaturas para 89 produtos de 43 empresas numa dúzia de categorias – divididas em termos de perspectiva de mercado, através de produtos e aplicações de multimédia interactivo e outra secção relativa às funcionalidades e competências dos produtos multimédia.
Na primeira secção, nas categorias de informação, educação e formação, comércio electrónico, infantil, comunicação empresarial e adaptação à língua portuguesa, o Público.pt venceu a primeira, o que constitui mais um reconhecimento do sítio do PÚBLICO na Web, lançado em 1995. Os dois preteridos foram o Educare.pt, da Porto Editora e o Automania.clix.pt.
Em educação, a “Diciopédia 2001” triunfou à frente da Biorede do “Professor Teles Cópio Explora as Grandes Civilizações II”, um CD-ROM da NNC Multimédia. Na formação, todos em formato CD-ROM, “Descobrir o Euro”, da Autor, e “HL Porto”, da Siemens, perderam para a “Sala de Mecânica Virtual”, da Corpium.
Dos sítios na Web da categoria de comércio electrónico, o Pingo Doce Online, da Abrinício, liderou perante a Netviagens.com, da ViaTecla, e do Webboom.pt, da Porto Editora. Na categoria infantil, o Cidadedamalta.pt, foi escolhido à frente do Clikin.pt, da Porto Editora, e do CD-ROM “Primeiro Dicionário Universal – Português”, Texto Editora.
Em termos de sítios de comunicação empresarial, a Neurónio (uma empresa recentemente encerrada) ganhou com o sítio do Pavilhão do Conhecimento (www.pavconhecimento.mct.pt), à frente do Portoeditora.pt e do Erickson.pt/mp3, da Wunterman.
Já na categoria de adaptação à língua portuguesa, as escolhas estavam restritas aos CD-ROM da EME “103 experiências para Descobrir a Ciência”, “O Álbum Mágico do Tio Zeca” e o vencedor “Cosmos – Uma Viagem no Universo”.
Na segunda secção, a criatividade e inovação premiou a Biorede à frente do “Pingo Doce Online” e da “Barra iTV”, da TV Cabo, que acabou por vencer na categoria de tecnologia perante a “Diciopédia 2001” e o Exit.pt.
Carlos Cabral Nunes bisou com um prémio na categoria de “design” visual e a interacção com o CD-ROM “Homem: Trilogia de Artur Bual”, ultrapassando a Biorede, e “Travassos Museu de Ouro, da Sensoria, enquanto na animação a Porto Editora apresentou o vencedor Clickin.pt face a “Os Casquides”, da Autor e “Nik”, da Mind.
Pelos caminhos da préselecção e da selecção final ficaram as sete categorias de serviços de apoio ao cidadão, lazer, comunicação publicitária, novos talentos, som, vídeo e imagem, e acessibilidade para cidadãos com necessidades especiais. Embora não tenha sido divulgado no evento, a APMP conta realizar no próximo ano a segunda edição deste prémio.
A anteceder a divulgação dos prémios, a consultora Deloitte & Touche apresentou um estudo realizado para a APMP onde se denota que a crise do sector multimédia nacional se instalou no ano de 2000. O trabalho, embora denominado “Estudos Prospectivo: Análise da Indústria e Mercado Multimédia Nacional 2001”, reporta-se a dados relativos aos anos anteriores sumariados e já divulgados por outras entidades, como a Obercom, a Marktest, a Anacom ou a OCDE. Por outro lado, além das telecomunicações, da Internet e do comércio electrónico, acrescenta o sector dos média em geral.
O volume de negócios do sector da comunicação em 2000 foi de 115,261 milhões de euros – 8.02 por cento relativamente ao produto interno bruto (PIB) mas um crescimento de apenas 0.09 por cento perante 1999 -, enquanto o subsector das tecnologias de informação e comunicação (TIC) e multimédia interactivo (onde se integra o “design” para a Web, o desenvolvimento de conteúdos “online”, a concepção de quiosques interactivos, a edição, produção e distribuição de CD-ROM e as consolas de videojogos) baixou de 1.86 por cento 1999 para 1.68 por cento em 2000, ainda relativamente ao PIB.
No total, o sector da comunicação (excluindo os grupos de média) cresceu 8.9 por cento face ao ano transacto, tendo o aumento mais significativo ocorrido no cinema (67.2 por cento). Isoladas, as telecomunicações aumentaram 11.7 por cento - de 4494.5 milhões de euros em 1999 para 5019.6 em 2000 – enquanto as TIC e o multimédia interactivo baixaram 2.5 por cento (de 1988.4 para 1937.9 milhões de euros).
Quanto aos cenários prospectivos dos mercados e às tendências da procura nos próximos cinco anos, a consultora acredita que o crescimento é a nota dominante, com excepções nos telemóveis da norma GSM e na publicidade na Internet, com ambos a manterem-se nos valores actuais. A tónica positiva vai para os equipamentos periféricos – como o computador, a televisão, os telemóveis das novas gerações, as consolas de jogos, os organizadores pessoais (os chamados PDA) e os computadores de bolso (também designados por “handheld PC”) -, as redes móveis (GPRS, UMTS, IP móveis e serviços WAP, portais móveis, conteúdos e aplicações, publicidade e operadores de redes virtuais móveis), o acesso à banda larga digital e por cabo, os E-services e o comércio electrónico, bem como a televisão digital e os serviços interactivos. Exceptuando os equipamentos periféricos, não é arriscado prever um crescimento e geral nos outros tópicos, dada a sua baixa penetração actual.
Fonte: Público Computadores